Sempre que a gente fala em Semana de Moda de Nova York é com a mente de que tudo que aparece lá chega aqui, em média, 1 ano depois e também que são coleções bem comerciais e menos conceituais como as que aparecem nas Semanas de Moda de Paris.
Quero lembrar você que as cores podem aparecer em qualquer lugar do seu look, são uma forma de atualizar, de imprimir estilo, personalidade. Use em calçados, em lenços, em um bracelete ou um brinco. Adoro colorir na terceira peça em cima de uma base monocromática também. Mais abaixo, mostro um pouco do que estou falando. Teste com o que você já tem, é uma ótima ideia de reciclar seu armário.
Mais importante, cor evoca emoções, transmite mensagens, humor. Podem ser usadas para provocar ou acolher. Para se mostrar ou se esconder. Para se manifestar, para transgredir. Para mostrar empatia. Para se diferenciar ou se encaixar. Tudo depende do seu objetivo.
Um último adendo, moda é reflexo de comportamento. Nada que a gente vê nas passarelas é aleatório. Os designers captam o espírito do tempo e traduzem em cores, formas e tecidos.
Apareceram os tradicionais azul escuro, marrom e um tom puxando mais para o caramelo. O azul é a cor de quem não quer errar nunca porque é a mais bem aceita por homens e mulheres mundo afora. Quanto mais escuro, mais credibilidade, confiança, sofisticação, comprometimento.
Os tons terrosos são muito invernais porque transmitem acolhimento, aquecimento e aconchego. Não há como negar o quanto sentimos falta de abraço no último ano.
Ambos combinam muitíssimo bem com azul marinho e o marrom com rosa é super sofisticado.
A cartela trouxe também 3 tons intensos. A intensidade tem a ver com a pureza da cor. Quanto menos adição cinza ela tem, mais intensa, mais pura ela é. São cores que aparecem em peles de primavera.
Fuchsia Fedora: pink
Leprechaum: verde bandeira. Conexão com a natureza tomou uma importância ainda maior em tempos de pandemia. Ficamos muito tempo em casa e o ar livre passa a ser um desejo de retorno a uma certa normalidade. Precisamos cuidar do planeta é outra mensagem impressa no verde.
Mykonos Blue: me lembra um azul petróleo com menos adição de cinza. Um contraponto ao azul marinho para quem acha a cor enfadonha ou séria demais. Já estou aqui pensando que lindo ficaria um monocromático juntando os dois tons.
Vou me ater a falar do Fuchsia porque o PINK tem carregado mensagens importantes.
Fuchsia Fedora: em moda, dizemos que o rosa ganhou “status” de preto em todos os seus tons. Ganhou força e destaque lá em 2017 numa manifestação contra o então Presidente dos Estados Unidos Donald Trump e desde então está presente em todos os cenários, dos mais casuais aos mais sofisticados com as atrizes de Hollywood trocando o preto pelo rosa.
Aqui o trechinho de uma matéria da Revista Claudia sobre o Pink e sua adoção pelo movimento feminista.
“Doce, delicado, puro, inocente, frágil. Recatado, do lar, infantil, passivo. Ninguém arriscaria dizer que “revolucionário” se sobreporia aos adjetivos redutores do pink. “
Leia mais em: https://claudia.abril.com.br/sua-vida/pink-block-o-rosa-vira-simbolo-da-nova-onda-feminista/
Lembra que falei que as cores podem ser usadas com diferentes fins?? O uso do rosa para marcar a manifestação feminista é uma prova disto. Feminista que sou, passei a adotar o rosa com mais frequência na escolha das minhas peças.
“O pink representa amor, compaixão, empatia, cuidado, qualidades tidas como fracas, mas que são extremamente poderosas.” Citando mais um trechinho da matéria da Revista Claudia da época.
A cartela também trouxe duas cores suaves. Quando mais cinza tem na pigmentação da cor, mais suave, mais apagada, mais desmaiada ela vai ficando. Eu acho bem chique, mas não é toda pele que segura. Costumam ficar muito bem nas peles de verão, apesar de aparecerem em outras estações também.
De forma geral, achei a cartela de cores bem equilibrada trazendo a alegria, a positividade, o ânimo, a conexão nas cores mais intensas, a doçura do rosa mais claro, a calma e a sobriedade do azul com o acolhimento do marrom.
Inspirem-se e respirem.
